domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ratueira


O meio torna-nos brancos,
brancos laboratoriais,
legitimamente invisuais.

O meio torna-nos brancos,
brancos matinais,
consequentemente marginais...


Aqui,
o céu cansa e ficas mudo
quando achas que dizes tudo,
o que se diz daqui...


uma passada libertina na mente
na cave que permaneces,
no que sentes, no que enlouqueces,
no que não és ausente.

Como queria que aqui estivesses
neste chão que nos pertence,
no que nos é que nos enche...
e que nos tivesses! Que nos tivesses!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Tu

É a sombra que nos apaga quando o sol aquece os que o procuram. E eu não, e eu sombra quando há algo entre mim e o meu brilho. Chamemos-lhe razão, perfeição, foco, objectivo. E eu contido, esquecido, ferido na imensidão de sentir este sentimento imenso que passa despercebido.


Há que aparecer, e quando há algo que nos cobre?
É o não existir
do tempo que restou,
a saudade
do que não chegou a ser,
a dor
da inexistência num só beijo.

É a falta
do que não sou,
a corrosão
do não viver,
a não concretização
de um só desejo.